quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Envolvimento Sustentável

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS



23o ENEB
Encontro Nacional de Estudantes de Biologia

"Envolvimento Sustentável
Vivenciar para Atuar"


Universidade de Brasília
14 a 21 de Setembro de 2002


Relatório


INTRODUÇÃO

O 23o Encontro Nacional de Estudantes de Biologia (ENEB 2002) aconteceu na Universidade de Brasília (UnB), de 14 a 21 de Setembro de 2002. A organização do ENEB 2002 coube a estudantes da graduação em Biologia da UnB. No entanto, este encontro é, desde 1998, construído coletivamente, contando com a participação ativa de grande parte dos inscritos.

O ENEB 2002 se insere em um contexto amplo. Desde 1980 acontecem os encontros nacionais, além dos regionais (EREBs) e dos Conselhos (CONEBio). A Executiva Nacional, extinta em 1998, tornou-se o que chamamos hoje de ENEBio (Entidade Nacional dos Estudantes de Biologia). A ENEBio visa promover a integração nacional dos estudantes, sem no entanto possuir sede física ou as complicações burocráticas de uma executiva. O fórum máximo de decisão das estratégias e atuações da ENEBio acontece durante o ENEB. Atualmente, a ENEBio e seus encontros e eventos são organizados pelo que denominamos Movimento Nacional dos Estudantes de Biologia (MNBio), que busca uma forma diferente de movimento estudantil, pautada nas ações diretas, no maior envolvimento dos estudantes com a realidade socioambiental do Brasil e em discussões profundas sobre as necessárias mudanças no paradigma de nossa sociedade.

Além dos Encontros e Conselhos, contamos com a integração nacional pela internet, através de um grupo de discussão (biologia@yahoogroups.com), da página da enebio (enebio.hpg.com.br) e das páginas dos ENEBs, sendo a deste último www.unb.br/ib/pet-bio/eneb.

O ENEB 2002 teve como objetivo maior sensibilizar os participantes a respeito de seu papel enquanto estudantes, profissionais e cidadãos, estimulando a visão crítica, a participação efetiva em questões de cunho socioambiental e o comprometimento com a transformação da realidade que os cerca. As atividades foram voltadas para tanto, na discussão de temas de grande importância em âmbitos regional, nacional e internacional, e na aproximação dos participantes com a prática do convívio social engajado.

A temática do ENEB 2002: "Envolvimento Sustentável - Vivenciar para Atuar", abordou o envolvimento socio-ambiental como agente transformador da realidade, uma transformação que englobe todas as comunidades em métodos participativos de tomada de decisões para a sustentabilidade do planeta.

Buscando coerência entre a teoria e a prática, o evento evitou materiais descartáveis, e praticou a coleta seletiva de lixo e posterior reciclagem e reaproveitamento deste, além de outros detalhes que contemplaram a viabilidade ecológica e a responsabilidade social do Encontro.

Participantes - O ENEB 2002 contou com a presença de cerca de 600 pessoas, entre inscritos (530), participantes e organizadores. Diversas instituições de ensino superior do Brasil estiveram representadas:

Norte: UFAC, UEPA-Conceição do Araguaia, UFPA-Santarém, UFT, Unitins;
Nordeste: UEMA, UFRPE, UFPE, UniCap, UFS, UFAL, UCSal, UFBA, UESB, UEFS,UEB;
Centro-Oeste: UnB, UniCEUB, UCB, FTB, FAGS, ISEB, UFG, UCG, UEG, UFMT-Cuiabá, UNEMAT-Araputanga, UNIC-Reserva do Cabaçal, Unemat-Alta Floresta;
Sudeste: UFRJ, UERJ, UFF, UENF, UniverCidade-RJ, UniRio, UFMG, PUC-MG, Unicentro Isabela Hendrix da Igreja Metodista-BH/MG, UFV, UFJF, Unicamp, PUC-Campinas, USP-SP, Mackenzie, UNESP-Bauru, UNESP-Botucatu, UNESP-São José do Rio Preto, UMC, UFSCar, Faculdade de Santo André, UniAraras, ESALQ-Piracicaba;
Sul: UFSC, UFRGS, PUC-RS, UNISC, ULBRA, UFSM.

Estrutura - Os espaços físicos utilizados no ENEB 2002 foram o Centro Comunitário Athos Bulcão, o Pavilhão João Calmon, a Maquete e os Anfiteatros 9 e 17, todos no Campus Universitário Darcy Ribeiro-UnB. O alojamento dos participantes foi no salão principal do Minas Brasília Tênis Clube, e as refeições foram servidas no restaurante do mesmo clube.


PROGRAMAÇÃO

O ENEB 2002 seguiu a programação descrita resumidamente abaixo:
14 (sáb): manhã e tarde: recepção, cadastramento e entrega do material aos participantes; noite: apresentação dos participantes e cultural;
15 (dom): manhã: mesa de abertura; tarde: oficinas; noite: sarau;
16 (seg): manhã: GTs; tarde: mesas simultâneas e GT livre; noite: preparação para vivências e apresentação de vídeos;
17 e 18: vivências; 18 à noite: baile de máscaras e show com bandas da Biologia-UnB;
19: manhã e tarde: passeata e manifestação na esplanada dos ministérios; noite: apresentação das vivências;
20: manhã: ocupação verde; tarde e noite: agenda nacional e avaliação;
21 (sáb): manhã e tarde: assembléia e avaliação final; noite: mesa redonda e festa de encerramento.



ATIVIDADES

Mutirões - Visando uma maior participação dos estudantes na construção do Encontro, o ENEB 2002 contou com diferentes mutirões. Cada grupo de mutirão tinha uma cor específica no crachá, e se reunia pelo menos uma vez ao dia para organizar sua tarefa. Os mutirões.realizaram, em rodízio, as seguintes tarefas:
- Coleta seletiva do lixo produzido e destinação adequada do mesmo. Foi dividido em dois grupos: o do lixo orgânico se encarregou de coletar todos os resíduos orgânicos do encontro, que eram produzidos principalmente no restaurante e no alojamento, e encaminhá-los para a composteira, que foi feita em frente ao Minas, em área do campus da UnB; e o do lixo seco cuidou da separação do lixo inorgânico, encaminhando-no, ao final do ENEB, para a Cooperativa 100 Dimensão de Catadores de Lixo. Grande parte dos participantes do ENEB 2002 colaboraram na campanha de coleta seletiva, com pintura de cartazes por exemplo;
- Acorda Maria Bonita foi o nome do mutirão responsável por acordar os participantes do ENEB no alojamento, toda manhã do Encontro;
- Místicas: estas são atividades teatrais e lúdicas que animaram as refeições do ENEB.


Oficinas - Ao mesmo tempo que promovem a integração e a descontração dos participantes, as oficinas ensinam técnicas variadas. Várias delas foram coordenadas por estudantes da UnB e de diferentes regiões do Brasil, outras por profissionais das áreas. A seguir as oficinas realizadas no ENEB 2002:


1.Bonsai
2.Chorinho
3.Cordel e repente
4.Didgeridoo
5.Instrumentos artesanais
6.Mosaico
7.Origami
8.Máscaras
9.Reciclagem de papel
10.Reciclagem de plástico
11.Arte e estruturas de bambu
12.Arte com reciclagem e reaproveitamento

13.Tie Die – pintura de camisetas
14.Malabarismo
15.Fotografia
16.Flauta de bambu
17.Dendrologia do Cerrado
18.Construção de personagens
19.Arborismo (técnicas verticais)
20.Hipnose
21.Capoeira socioambiental
22.Coleta, montagem e conservação de insetos
23.Viveiros rústicos
24.Práticas fitoterápicas



Grupos de Trabalho (GTs)- São pequenos grupos de discussão sobre temas relevantes para os estudantes de Biologia. Foram coordenados por especialistas ou interessados nas áreas, em alguns casos os próprios participantes do Encontro. Os GTs do 23º ENEB foram:


1.ALCA
2.Bioética
3.Biopirataria
4.Estudantes do Povo
5.Permacultura
6.Cotas como instrumento de inclusão social
7.Avaliação universitária
8.Reforma agrária e meio ambiente
9.Universidade e extensão
10.Questão de raça
11.Práticas educativas de Ciências e de Biologia para a cidadania
12.Agricultura orgânica no contexto global
13.Empreendorismo na Biologia – Empresa Júnior
14.Movimento Nacional da Biologia
15.A problemática da produção e destinação de resíduos sólidos no Brasil
16.Estágios de vivências
17.Transgênicos
18.Tópicos em recuperação de áreas degradadas
19.Arte e autonomia
20.Ecologia social e comunidades



Vivências - Desde 1998 os ENEBs contam com as atividades que denominamos Vivências. Como o nome sugere, esta atividade faz com que o estudante possa, durante o Encontro, vivenciar uma situação de problemática socio-ambiental da região na qual o ENEB está sendo sediado. Elas ocorreram simultaneamente, com a duração de dois dias, em diferentes localidades no entorno de Brasília. Cada participante escolhe um Vivência, e, por ordem de inscrição no Encontro, os participantes são divididos em grupos de 20 a 40, de acordo com suas escolhas. Trata-se de um momento chave do encontro, que busca romper as barreiras entre universidade e sociedade e colocar os participantes diante de realidades completamente diferentes das suas. No ENEB 2002 foram realizadas 18 Vivências, nos dias 17 e 18 de setembro. Segue um breve resumo de cada uma:

1. Represa de Corumbá IV antes do enchimento: Corumbá IV é uma grande barragem que está em construção no município de Luziânia-GO. Sua represa inundará uma área de cerca de 170 km2, e causará sérios impactos na biodiversidade e nas comunidades locais. Os estudantes puderam visitar moradores, matas e sítios arqueológicos que serão atingidos, além de discutir questões ligadas à matriz energética brasileira e ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB);
2. Cultura e meio ambiente em Olhos D’Água: Esta pequena cidade goiana, situada no Município de Alexânia, tem como principal fonte de renda o artesanato, praticado por antigos moradores. Fazendas produtoras de soja estão secando e poluindo os mananciais hídricos da região, além de causarem erosões e impactos sociais negativos. O turismo desordenado também constitui em uma ameaça à cultura e ao meio ambiente local. Os estudantes puderam discutir, com moradores e artistas locais, questões ligadas à preservação cultural e ambiental;
3. Parque Nacional de Brasília: Nesta vivência, os estudantes conheceram o maior parque do DF, e um dos maiores do Cerrado. Participaram de atividades de Educação Ambiental regularmente promovidas pelo parque, sob coordenação do Prof. Genebaldo Freire, e visitaram localidades do entorno do parque, como o Aterro Controlado da Estrutural (“lixão”) e loteamentos irregulares. Sem o apoio da Chefia do Parque não seria possível realizar esta atividade;
4. Projetos permaculturais no DF: A Permacultura visa desenvolver sistemas sustentáveis para a habitação humana, com princípios como o aproveitamento máximo de energias naturais, a produção de alimentos orgânicos e o mínimo impacto no ecossistema local. Os participantes visitaram duas chácaras de estudantes de Engenharia Florestal da UnB que desenvolvem projetos permaculturais, e puderam participar de mutirões de trabalho nestes locais, vivenciando na prática questões sobre a sustentabilidade da presença humana na terra;
5. RPPNs de Pirenópolis – GO: Esta Vivência contou com o apoio da Funatura – Fundação Pró-Natureza, que levou os estudantes para conhecerem as RPPNs Flor das Águas e Vagafogo, além da Fazenda Bonsucesso. Os participantes discutiram questões a respeito da preservação ambiental, do ecoturismo e do desenvolvimento sustentável;
6. Comunidade Kalunga do Engenho II: Os participantes desta Vivência puderam conhecer uma comunidade quilombola (remanescente de quilombo) do município de Cavalcante-GO. Participaram de atividade de Educação Ambiental com as crianças da comunidade, conheceram projetos desenvolvidos pela UnB no local e discutiram questões ligadas à cultura e ao meio ambiente com os líderes comunitários. Desta Vivência saiu um manifesto dos estudantes que busca apoiar as reivindicações das comunidades Kalunga;
7. Estação Ecológica de Águas Emendadas: Esta aconteceu na EsEcAE (Planaltina-DF) e entorno, com uma programação que incluiu aula de Educação Ambiental dentro da Estação, mostra de projetos científicos na mesma e saída para a localidade onde se desenvolve projeto educacional em comunidade próxima à Estação, coordenado pelo Prof. Carlos Saito (Ecologia-UnB);
8. São João da Aliança: O projeto de Educação Ambiental com a Associação Mulheres das Águas do Rio das Brancas, coordenado pela Profª Leila Chalub (Educação-UnB), foi o foco desta Vivência. Os participantes puderam observar os viveiros comunitários instalados pelo projeto, a recuperação das matas ciliares da região e a organização da comunidade em busca de melhores condições sócio-ambientais, além de interagirem com os tocadores/dançadores de Catira da cidade;
9. Agricultura Orgânica no DF 1: Com enfoque na agricultura ecológica desenvolvida no DF e entorno, esta vivência levou os estudantes ao Sítio Alegria (Brazlândia), da Associação dos Produtores Orgânicos do DF (AGE), e ao Assentamento Colônia (Padre Bernardo-GO), onde se desenvolve projeto coordenado pela Profª Eliana Abraão (Instituto de Biologia-UnB) e pelo GT de Reforma Agrária-UnB;
10. Agricultura Orgânica no DF 2: Com o mesmo enfoque da vivência descrita acima, nesta os participantes conheceram o Sítio Geranium, que produz organicamente em área densamente urbanizada (Taguatinga/Samambaia-DF), e a chácara experimental Jacarepaguá (Gama-DF), que em uma pequena área possui ampla diversidade de produção e riqueza biológica;
11. Povoado Caxambú – Pirenópolis-GO: Neste local desenvolve-se o Projeto Promessa de Futuro, que alia a agricultura orgânica e a agroindústria familiar à conscientização ecológica da população carente, com a qual os estudantes puderam discutir e sugerir ações para a conservação da biodiversidade local;
12. Poço Azul e APA de Cafuringa: Esta vivência levou os estudantes para conhecer, junto à Associação APA de Cafuringa, a região do DF que possui belas cachoeiras e fortes impactos ambientais, como as fábricas de cimento e os condomínios irregulares;
13. Assentamento Cunha – Cidade Ocidental-GO: Nesta vivência os participantes puderam conhecer um pouco da realidade de um assentamento agrário do Cerrado, suas dificuldades, seus trabalhos (coletivos e individuais) e a ideologia do maior movimento social da América Latina – o MST, que irrestritamente apoiou a atividade;
14. Vivenciando o Lago Paranoá: Os estudantes observaram aspectos ambientais e sociais do Lago Paranoá, símbolo de Brasília. Conheceram projetos de Educação Ambiental às suas margens, discutiram sobre a formação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranoá, com o Prof. Paulo Bretas (IB-UnB), coordenador do projeto, e ainda andaram de barco pelo lago. Esta vivência contou com o apoio do Deputado Distrital Rodrigo Rollemberg;
15. Lagoa Formosa/Indaiá: Nesta, os estudantes vivenciaram a luta da comunidade de Planaltina-GO pela preservação da Lagoa Formosa e das cachoeiras do Indaiá. Esta vivência contou com o imprescindível apoio da Prefeitura Municipal de Planaltina de Goiás;
16. Comunidade do Moinho – Alto Paraíso-GO: Os participantes desta vivência conheceram uma comunidade da Chapada dos Veadeiros que tenta aliar o turismo à sustentabilidade e à preservação de suas matas e cachoeiras. Observaram a grande diversidade de conhecimento tradicional, principalmente sobre plantas medicinais, que a comunidade ainda retém;
17. Projetos Sociais no DF: Os projetos sociais “Picasso não Pichava” (Paranoá-DF), desenvolvido pelo Governo do DF, e Árvore da Vida, desenvolvido pela comunidade do Paranoá, e o projeto de Educação Ambiental no Riacho Fundo-DF, desenvolvido pela UnB, sob coordenação da Profª Laís Mourão, foram os focos desta vivência. Os estudantes puderam contrapor as propostas e ações de cada um e vivenciar a realidade da periferia do DF;
18. Santuário Sagrado dos Pajés-DF: Neste local moram duas famílias de índios Tapuya, desde a década de 1970. Os participantes puderam observar e discutir a situação indígena no Brasil, em um local tangente ao ParNa de Brasília onde a especulação imobiliária e o fogo constantemente ameaçam a vida da comunidade residente.

Ocupação Verde - Momento em que todos os participantes do Encontro plantaram cerca de 550 mudas de espécies nativas do Cerrado (doadas pelo CPAC/Embrapa) em uma área degradada do Centro Olímpico da UnB, visando a recuperação do local, que semanas antes foi atingido pelo fogo. Para essa atividade tivemos o apoio técnico de um Engenheiro Florestal.

Mesas Redondas:

Mesa de Abertura: “O Envolvimento Sustentável e a Educação nas Ciências Biológicas”
Prof. Virgílio Viana – Engenheiro Florestal, Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Etnobiologia e professor da ESALQ – Piracicaba
Luís Vasconcellos da Silva – Líder do CNS (Conselho Nacional dos Seringueiros)
Atanagildo Matos "Gatão" – Diretor do CNPT (Centro Nacional de Populações Tradicionais – IBAMA)

Mesas Simultâneas:

1 - “Políticas de ações afirmativas como forma de inclusão social” (Obs.: Esta Mesa foi proposta na Lista de discussão da Biologia, fruto das exaustivas discussões a respeito do tema)
Prof. José Jorge de Carvalho – Antropologia-UnB
Azelene Kaingang – Socióloga Indigenista
Sônia Malheiros Miguel – Historiadora e Socióloga-CFEMEA
Rafael Santos – EnegreSer (Coletivo de Estudantes Negros da UnB)

2 - “Populações tradicionais e meio ambiente: integrando a cultura à conservação ambiental”
Nurit Bensusan – Instituto Sócio Ambiental
Lindomar Xavier – Presidente da Associação dos condutores de visitantes da Chapada dos Veadeiros (ACVCV)
José Arnaldo Oliveira – Rede GTA (Grupo de Trabalho Amazônico)

Mesa de Encerramento: “Conservação da biodiversidade com justiça social”
João Paulo Rodrigues – Coordenação Nacional do MST
Dona Raimunda – Secretária da Mulher Extrativista (CNS-Tocantins)
Juliana Santilli – Promotora de Justiça


Assembléia Geral dos Estudantes de Biologia – nesta são discutidos temas inerentes aos estudantes de Biologia do Brasil e efetivadas deliberações gerais, uma vez que este Encontro é o fórum máximo dos estudantes de Biologia no Brasil. Definições tiradas a serem destacadas: a importância de se efetivarem os pré-ENEBs, para melhor preparar os estudantes que vêm ao encontro, principalmente no que se refere às vivências; a importância de reforçar a campanha de conscientização/ação relativa ao consumismo da sociedade, à produção de lixo e aos descartáveis, ampliando o uso de canecas como símbolo da campanha; reforçar a comunicação entre os estudantes de Biologia do Brasil, por meio da lista de discussão na internet e de um informativo periódico.

Agenda Nacional – nesta são definidos onde serão os próximos encontros (ENEB, EREBs e CONEBio), bem como definidas datas de ação conjunta dos estudantes de Biologia de todo o Brasil, como por exemplo o Bio na Rua (atividade na qual os estudantes montam banca(s) de exposição de materiais referentes à Biologia em locais movimentados das cidades). Seguem algumas definições da Agenda Nacional:

-ENEB 2003: Salvador-BA, provavelmente em julho;
-EREBs: acontecerão preferencialmente no feriado da Semana Santa de 2003:
-EREB Sul: Florianópolis-SC;
-EREB Sudeste: FSA, Santo André-SP;
-EREB Centro-oeste: UNEMAT-Alta Floresta-MT;
-EREB Nordeste: Natal-RN (Obs: foi confirmado no Conebio Extraordinário);
-Sugestão de EREB Norte (ou EREB Amazônia), com sede em Palmas-TO ou Santarém-PA;
-CONEBIO Extraordinário: Aracaju-SE, 1º a 3 de Novembro de 2002 (ocasião para se definir onde será o próximo EREB-NE);
-CONEBIO: Rio de Janeiro, RJ, até março de 2003;
-III Fórum Social Mundial, Porto Alegre-RS, 23 a 27/jan/2003: encontro de estudantes de Biologia para discussões pertinentes ao Fórum;
-Bio na Rua: Recomendou-se que seja feito em todos os lugares na primeira semana de abril de 2003;
-Estágios de Vivência: Propôs-se a realização destes, como os realizados pela FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil), para que os estudantes possam vivenciar outras realidades em um momento de troca mais longo e intenso.
Avaliação Final – como sugere o nome da atividade, este é o momento de avaliação para o aperfeiçoamento de nossos encontros. Cabe ressaltar alguns pontos discutidos:
-Mesas Redondas podem ser mais proveitosas com pessoas de opiniões opostas;
-Grupos de Trabalho devem mudar o nome para Grupos de Discussão;
-Devem ser divulgados textos explicativos antes de acontecerem os GDs e as vivências;
-Os facilitadores devem ter melhor preparação para as atividades que irão coordenar;
-Elaborar documentos coletivos ao final de vivências, para tentar agir no sentido de melhores condições socio-ambientais dos locais vivenciados;
-Aumentar as discussões em pequenos grupos, especialmente as apresentações de vivências e de GDs e as avaliações.
Culturais – Atividades noturnas que visaram a descontração, a diversão e a troca informal de idéias entre os participantes. Incluíram saraus, apresentação de grupos musicais, baile de máscaras, exibição de vídeos.
PATROCÍNIO
Os patrocinadores do ENEB 2002, aos quais somos extremamente agradecidos, foram: Instituto Teotônio Vilela, Conservation International do Brasil, Novo Rio Recicláveis e Instituto Socioambiental (ISA).
APOIO

O 23º ENEB contou ainda com o grande apoio da Universidade de Brasília, através do seu Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura (DEA), do Instituto de Biologia, do Programa Especial de Treinamento-Biologia (PET-Bio/UnB) e do Centro Acadêmico de Biologia (CABio-UnB). Contamos também com o apoio das ONGs Pequi–Pesquisa e Conservação do Cerrado, Funatura - Fundação Pró-natureza e ISPN – Instituto Sociedade, População e Natureza, além do Conselho Federal de Biologia (CFBio), do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Tivemos o apoio ainda de várias outras entidades e pessoas que se voluntariaram para facilitar vivências, GTs, oficinas e proferir palestras nas mesas do Encontro.







Diversos personagens acreditaram e participaram da construção do ENEB 2002. Seria impossível incluir todos os nomes neste relatório, nos restando apenas registrar o profundo agradecimento e admiração, e dedicar a eles e elas o resultado muito positivo deste Encontro, que guardaremos em nossas memórias pelo resto de nossas vidas.

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