quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O CONGADO EM MINAS GERAIS: TIPOS E RITOS.

Departamento:História
Curso:História


O CONGADO EM MINAS GERAIS: TIPOS E RITOS.

AUTORA:Fátima de Lourdes Teixeira da Silva
ORIENTADOR: Professor Renato de Andrade Silva Campos

Instituição:EVATA/FAGOC_ Faculdade Governador Ozanan Coelho
Departamento:História
Curso:História



O CONGADO EM MINAS GERAIS: TIPOS E RITOS


Monografia apresentada na conclusão do Curso de Pós Graduação “Latu Sensu” da EVATA _ Faculdade Governador Ozanam Coelho .


Orientador:Professor Renato de Andrade Campos Silva
Cidade:Viçosa MG


PREFÁCIO:


1- Dedicatória .................................................................................... 04
2- Introdução.......................................................................................05
3- Congado..........................................................................................06
4- Candombe.......................................................................................07
5- Congo..............................................................................................11
6- Moçambique...................................................................................15
7- Catopé.............................................................................................19
8- Marujo............................................................................................. 23
9- Caboclinho..................................................................................... 26
10- Cavalheiro de São Jorge............................................................. 30
11- Vilão............................................................................................... 34
12- Conclusão .....................................................................................41
13- Bibliografia....................................................................................42























Dedicatória:Dedico a Deus,a meus pais em memória,principalmente à minha mãe que muito prestigiava a festa de Nossa Senhora do Rosário,que através dela despertou-me o interesse de estudar o Congado Mineiro com seus tipos e ritos,fazendo comparações entre regiões ,sendo que quando a minha mãe era viva relatou-me varias passagens envolvendo este titulo.Dedico também ao meu marido Vicente Olimpio da Silva e Faviane Teixeira da Silva pelo o incentivo e apoio.





INTRODUÇÃO:


O presente trabalho tem por objetivo no decorrer de um ano cumprindo as exigências de conclusão do curso “Latu Sensu “em Historia.Muitos de seus dados já vem sendo coletados e trabalhados por vários anos informalmente por mim,com a intenção de estudar o Congado.
Sendo assim, este trabalho busca coletar,estudar e interpretar iconográfica e estilisticamente as principais figuras do Congado mineiro, suas características físicas e regionais.
















CAPÍTULO I








CONGADO:


Na raia cultural dos folguedos, o congado é a maior ocorrência folclórica em Minas.

A festa é de devoção, um ritual sagrado, embora o profano a ela se associe.

Entra-se no Ciclo do Rosário no princípio de agosto, mas comemora-se a 07 de outubro o dia da padroeira. Abrange, pois, três meses seguidos. Ainda que menos freqüentes, registram-se manifestações fora desse trimestre, como se vêem no Serro – final de junho - e em Conceição do Mato Dentro – começo de janeiro – para citar só dois exemplos.

Nesse evento consideram-se quatro partes:

1) Reinado, que se compõe de rei e rainha congos, princesa Isabel, juízes, juízas, dignitários e mucamas, entre outros. De sua constituição devem participar todos os membros de crença. O papel do reinado é unir as diferentes guardas em um mesmo sentimento de fé em Nossa Senhora do Rosário e manter coesos os irmãos de cor. Sua origem se explica principalmente com a fixação de lembranças da época faustosa da rainha Ginga de Angola e de Chico Rei, o lendário animador negro de Vila Rica. O registro mais antigo da ocorrência em Minas Gerais pertence a André João Antonil, que aqui esteve de 1705 a 1706. Em sua obra, publicada em 1711, deu notícias dessas festas.

2) Embaixadas, que se traduzem em homenagem ou em destemor e valentia. É parte dramática, representada, e inclui a rezinga ou luta de espada entre dois embaixadores.

3) Guardas,que são em número de sete, menos o candomblé. Cada uma destas possui vestuário próprio e autonomia – é uma unidade rítmica e coreográfica. Segundo o lugar, em vez de guarda, que é a designação mais comum, chamam-lhe corte (ó), banda, terno, batalhão.

A guarda não terá menos de doze varsais. Há-as com trinta, quarenta ou pouco mais.

Varsal é cada um dos figurantes não graduados de qualquer guarda de Nossa Senhora do Rosário. A palavra, talvez, seja modificação prosódica de vassalo. Curioso: em Alencar, Pará, ela assume a forma valsar.

Cada guarda tem função específica no Congado, bem definida.

4) Todos os figurantes, quer sejam membros do reinado, das embaixadas ou dos guardas, pertencem à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, instituição religiosa que se fundou em Minas Gerais desde os albores do século XVIII, inspirada nas Corporações de Ofício da Idade Média.


































CAPÍTULO II





























Candombe
CANDOMBE:

Segundo a tradição, o candomblé é ancestral mítico do congado, elo perdido de ligação entre o culto ieje-nagô e o catolicismo rústico. Por isso é considerado o pai de todas as guardas, que nasceram em diferentes épocas: primeiro foi o congo, depois o Moçambique, o catopé, as demais. Inúmeras crenças fantasiam sua existência, cheia de segredos, uma espécie de maçonaria dos pretos, semelhante à cabula, na região do vale do rio São Mateus, Espírito Santo. Em vista do hermetismo, dele pouco se sabe.

A palavra candomblé significa dança sagrada. Há um tambor muito primitivo que tem o seu nome.

A rigor, o figurante veste-se de branco, sem cobertura, descalço, blusa solta e de gola aberta em ângulo reto, calça tipo “pega-frango”, faixa estreita amarrada à cintura, com pontas caídas. A cor desta é sinal distintivo da unidade. Ao pescoço, caído-lhe à frente do corpo, uma toalha branca e também o rosário de lágrimas.

O candomblé não desfila, só se desloca em grandes ocasiões, assim mesmo à noite, para tocar em casa do rei ou da rainha congos.

Os instrumentos musicais são toscos, de percussão, e se compõem de três atabaques ou “pilões”, diferentes em tamanho e função rítmica, feitos a machado, como se vangloriam de afirmar os candombezeiros, e mais o canzá ou angóia e a puíta, o agogô e o reco-reco.

À função, os tocadores sentam-se em um banco central e mais dois tocos (ô) laterais fincados no chão.

A instalação de nova guarda se faz com o cerimonial de batismo dos atabaques, que recebem nomes especiais, mantidos de geração a geração. Os de Contagem, por exemplo, foram chamados Jeremias, Santana e Santaninha, correspondentes ao rum, rumpi e lé. As membranas são de pele de cabrito, afinadas ao calor do fogo.

Os atabaques são canais de comunicação com o mundo sobrenatural.

O papel do candomblé na Irmandade é preservar as tradições mágicas iorubas, daí o esoterismo de seu ritual, que é fechado aos não iniciados, ainda que sejam membros da Federação de Nossa Senhora do Rosário.

As guardas de candomblé que sobressaem em Minas são as de Mocambeiro, distrito de Matozinhos; da comunidade dos Arturos, município de Contagem; de Campinho, em Lagoa Santa; de Lagoa de Santo Antônio, Pedro Leopoldo; e da Serra do Cipó, nas cercanias do hotel Veraneio. Em Araçuaí, assume a variante conhecida por tamborzeiros.

Registram-se ocorrências em Rondônia, Uruguai e Argentina.











CAPÍTULO III


































Congo
CONGO:

Mesmo à distância se reconhece o congo pelo fulgor dos seus paramentos de seus varsais e riqueza plástica dos chapéus, guarnecidos de espelhos, miçangas, aljôfares e vidrilhos.

Usa-se blusão branco, mangas compridas e punhos rendados, gota nobre com babados de renda.

A calça, igualmente branca, chega aos tornozelos.

À cintura, sobre a parte inferior do blusão, prende-se um saiote de fitas multicores.

O Rosário de lágrimas é conduzido a tiracolo, da esquerda para direita.

A cor e forma do chapéu variam de um lugar para outro, ou de uma para outra guarda. Equivale a sinal distintivo de unidade. Em razão desta autonomia, há chapéus circulares e sextavados, embora sejam estes últimos empregados com maior freqüência. Da metade posterior da borda, qualquer que seja o modelo adotado, caem longas fitas, igualmente de cores variadas, até à orla do sobredito saiote.

Antes, o varsal se apresenta descalço. Mas evoluiu e, modernamente passou a se exibir calçado com tênis branco.

Em desfile, o congo vem à frente do Moçambique e do séqüito real. As caixas e chocalhos imprimem-lhe ritmo dolente, quase monótono.

Dentro do conjunto dos irmãos do Rosário, a função do congo é policial. Compete-lhe ainda fornecer guarda-coroas para reis e rainhas.

O capitão comanda a guarda, à frente, armado de espada.

Como se disse, o congo é a guarda mais antiga da Confraria. Dele se tem informação precisa de exibição em 1760, embora o registro de André João Antonil, pseudônimo do padre jesuíta João Antônio Andreoni, tenha vindo a lume em 1711. Assinale-se, porém, que sua viagem a Minas foi nos anos 1705 e 1706. A Irmandade do Serro foi criada em 1714, sendo que o compromisso dos irmãos, tomado em livro próprio, aconteceu em 1728.



















CAPÍTULO IV




































































Moçambique
MOÇAMBIQUE:

Após o congo, irmão mais velho da grande família coreográfica, nasceu o Moçambique.

Com respeito à sua origem, as opiniões são desencontradas: para uns, veio pronto da África negra e se integrou ao Congado, no Brasil; para outros, no entanto, ele é crioulo, nascido aqui mesmo, na antiga Vila-Rica, freguesia de Santa Efigênia. Ao decorrer da pesquisa, constatou-se que essa última hipótese é a mais divulgada entre os grupos de congadeiros.

De toda a Irmandade, foi o grupo que mais se expandiu em Minas Gerais. Teria sido o preferido de Chico Rei, que lhe deu prestígio nacional.

Serra acima ou serra abaixo, movimenta-se com arroubo. Seu ritmo é inflamado e movimenta multidões de curiosos, quando desfila na rua, por ocasião do cortejo. Os instrumentos musicais são todos de percussão – zabumbas, caixas, reco-reco, patangome e xitangome.

Cada participante do grupo usa lenço de cetim à cabeça, de cor viva, à baiana. Igualmente feita com o mesmo pano, mesmíssima cor, veste uma minissaia, em redor da qual se aplicam faixas paralelas de rendas brancas e largas. Mas a cor da camisa deve contrastar com a destas duas referidas peças. São também rendados os punhos das mangas.

Igual em todas as guardas, a calça é branca, sobre cuja barra de cada perna vai um conjunto de quatro gungas de metalom, afivelado por meio de arreatas à altura dos tornozelos. Como se sabe, elas contém chumbo de caça ou pedrinhas e fazem às vezes de chocalhos aos passos de coreografia.

Às orelhas, prende-se o par de argolas, preferentemente douradas.

Como os demais irmãos de crença, não pode faltar à indumentária o rosário de lágrimas, conduzido a tiracolo.

Além do vestuário descrito, quem comanda a guarda leva o bastão, símbolo de autoridade. Segundo os antigos, deve ser feito à mão e com emprego de três diferentes madeiras, que serviram para a tortura de Cristo: cedro, com que se fez a cruz; braúna, da qual saíram os cravos; e acácia, a tabuleta, mediante a qual se indicou a culpa do mestre e dele os fariseus escarneceram.

O Moçambique puxa a Coroa e protege o reinado, é sua escolta, seu escudo.
















CAPÍTULO V




































































Catopé
CATOPÊ:

Catopé é o índio africano, menos vistoso do que o nosso, contudo é mais comunicativo. De penas, só usa cocar. Nem leva arco. Um manto colorido, atado ao pescoço, cobre-lhe as costas e quase lhe toca os pés. Dá-lhe majestade.

As outras peças do vestuário são de uso rotineiro: camisa de cambraia de algodão, tom amarelo-claro, mangas compridas, punhos abotoados, calça branca e cinto da cor do manto.

O rosário, símbolo da Irmandade, é conduzido igualmente a tiracolo.

Do instrumental, faz parte a caixa de assobios, designação dada a uma orquestra de pífanos de taquara.

A função do catopé na Irmandade é alegrar o ambiente, oferecer boa música e divertir o povo com loas e cantos irônicos ou chistosos. Na falta do Moçambique, cabe-lhe, de direito, puxar o séqüito real.

O sinal distintivo de autonomia é indicado pela cor do manto.















CAPÍTULO VI

































Marujo
MARUJO:

O figurante marujo veste-se à marinheiro. Com relação à cobertura, há duas alternativas: boina ou boné, ficando a escolha a critério do grupo. É sinal distintivo.

Em vez de conduzir o rosário a tiracolo, este é agora amarrado à cintura, paralelo à correia da calça.

Na cantoria, recordam-se versos do romanceiro intitulado Nau Catarineta, em que se exaltam ao portugueses em suas arrojadas aventuras mar adentro e proclama-se a fé destes no cristianismo. Há versos que falam das tarefas próprias de navio, com nomenclatura específica de navegação: a bombordo! A estibordo!

Além de instrumentos de percussão, comuns a todo o Congado, a guarda de marujos emprega viola de doze cordas.

Durante a exibição, fazem-se embaixadas. No caso de malogro destas, passa-se, então, à rezinga, que é a luta de espadas entre dois embaixadores, um azul, outro vermelho, sempre com a vitória do primeiro. Neste quadro é visível a influência carlovíngea de procedência européia, tal como se vê, por exemplo, na cavalhada, onde se faz encenação guerreira de mouros ou sarracenos e cristãos.

Os embaixadores se distinguem pela roupa luxuosa, à antiga, sobretudo pelo chapéu de duque – um azul e o outro vermelho - e pelas faixas de cetim, muito vistosas, igualmente acompanham a cor dos representantes daqueles dois grupos rivais.

Dentro da Irmandade do Rosário, o marujo tem a função histórica de rememorar a longa e dolorosa travessia marítima da África para o Brasil.




























CAPÍTULO VII

































Caboclinho
CABOCLINHO:


Figura o índio brasileiro, associado à Confraria de Nossa Senhora do Rosário. Apresenta-se engalanado, aparatoso, exuberante, com ricas plumas coloridas e profusão de enfeites. À mão, conduz pequeno arco já munido com respectiva flecha. Arremessada, não se livra, devido a um ressalto que a mantém cativa. Mas, por entrechoque, marca-se o ritmo, durante, durante a exibição. Além de compor o cenário aborígine, tal conjunto de arco e flecha chama a atenção, por constituir-se objeto artístico, de ótimo apelo visual, feito com esmero e técnicas artesanais.

A guarda é dirigida pelo Cacique Morubixaba ou mestre de dança:

Sou cacique, caciquinho,
Sou senhor da mataria,
Quando seguro o meu arco
Tenho muita fidalguia.

Serviu de modelo, neste opúsculo, o caboclinho de Itaúna, embora não se possa ignorar as variantes do Serro, Ferros, São Gotardo, Diamantina e Sapucaia de Guanhâes, para citar alguns exemplos, todos os quais são reveladores de esplêndida beleza plástica e rítmica.

A cor das penas, de ordinário, é o sinal distintivo.

De todas as guardas da Confraria é a que aparece com o maior número de designações. É bem de ver: caboclo, caboclinho, tapuio, penacho, botocudo, caiapó, tupiniquim.

O rosário da Irmandade é pendurado ao pescoço, junto com colares e miçangas.

O papel do caboclinho é de fantasia, arte, exibição. Geralmente, encerra seu número com a dança do pau de fitas.

























CAPÍTULO VIII


































Cavalheiro de São Jorge
CAVALHEIRO DE SÃO JORGE


É o congadeiro montado. Foi o mais soberbo representante da Irmandade até o final dos anos 60. Com a falta de cavalos, devido ao acelerado ritmo de mudanças, os cavalheiros de São Jorge entraram em decadência. Hoje restam só fragmentos de duas guardas, que outrora alcançaram grande prestígio: a do Bairro Gameleira, na capital mineira, e a vizinha cidade de Raposos. Sem dúvida, agora marcham céleres para a extinção, a não ser que aconteça algo a favor delas, como por exemplo, o apoio de um animador oficial ou pessoa de recursos, interessada. Se tal ocorresse, aquelas, aquelas guardas até que poderiam se reabilitar e multiplicar. (Tomara Deus!).

O problema das montadas, quem sabe poderia ser resolvido pela Polícia Militar, emprestando-as para a apresentação? Foi uma questão colocada em pauta por muitos envolvidos com a festa e que usaram dessa pesquisa para fazer uma reinvidicação. Sim, a gloriosa Corporação nunca faltou ao povo mineiro. E cultura é também uma questão de segurança.

O figurante usa capacete romano, assim como o do seu patrono, e ornamenta-se com uma capa vermelha, de cetim. À mão direita, conduz a lança, enquanto a esquerda é livre para segurar a rédea e governar a alimária.

O rosário é preso à cintura, sobre o cós da calça.
A função dos cavalheiros, no conjunto, é decorativa, apenas visual, é de pompa, grandeza. Incorporados ao cortejo, na rua, seguem o Moçambique ou o catopé.

Comanda a guarda um centurião, que representa São Jorge.






























CAPÍTULO IX



































Vilão
VILÃO:


Apesar de ser o caçula, o mais novo dos sete irmãos da alegre família congadeira, o vilão se acha em pleno crescimento. Sua procedência é duvidosa. Suspeita-se que veio de Portugal e aqui, tempos depois, se substituiu o lenço, que era a peça básica da dança original, por uma vara ou manguara de metro e meio de comprimento. A troca se deu com certeza por influência ou do maculelê ou dos reis temerosos, que já empregavam cacetes ou grimas na exibição. Com a vara se fazem evoluções e grades para números de habilidades acrobáticas ou se realizam combates simulados.

Já sincretizado, foi o vilão absorvido pela confraria do Rosário.

Tomando-se por modelo o vilão de Oliveira, Minas Gerais, um dos mais antigos, a indumentária se compõe de camisa pra dentro, de cor viva, manga comprida; jaqueta, cujo tom contraste com o da camisa; calça branca e chapéu de palha, cambaúba ou indaiá, com rosas vermelhas, brancas e amarelas nele distribuídas, no mínimo cinco. O rosário de Nossa Senhora é amarrado em volta da copa, no exato limite da aba. Assinale-se que, primitivamente, com o termo rosário se definia uma coroa de rosas.

A cor da vara deve acompanhar a da camisa; a fita do chapéu é da mesma cor da jaqueta ou colete.
O sinal de autonomia da guarda de vilão, ou outra de qualquer nome e lugar é indicado pela combinação das cores da vestimenta ou dos paramentos e pelo seu estandarte, quando o possui. O modelo de roupa é padronizado, único para as guardas de igual denominação. A mistura de um modelo com outro é sinal de decadência, não pode ser tolerado, como vêm acontecendo em vários lugarejos que já estão perdendo a identidade desse tipo popular e folclórico.

Além de chocalhos e membranofones, a sanfona é indispensável à marcação do ritmo.

O papel do vilão no conjunto é dar segurança, compara-se a um pelotão de guerreiros.












CONCLUSÃO:


De tudo que se constatou nesse trabalho, o mais doloroso foi ver como os tipos e ritos congadeiros estão se perdendo ao longo do passar dos anos, e nenhuma autoridade relacionada à cultura se preocupa em realizar trabalhos realmente sérios para sua preservação como por exemplo em Paula Cândido (município)o reinado principal(rei, rainha, príncipes, princesa e criadas)é composto por integrantes,atualmente, descendentes brancos, entretanto observa-se que no mesmo município, porém no distrito de Airões ainda conseguem manter todo reinado segundo as suas tradições .Porém cidades do interior de Minas Gerais, como Serro, Oliveira, São Gotardo, Diamantina, entre outras, e até mesmo algumas próximas, no Espírito Santo, como São Mateus,Viçosa(o distrito de Cachoeira de Santa Cruz) ainda mantém as características verdadeiras acesas para a comunidade e assim levando-as para a posteridade.

Muitos trabalhos são produzidos a cada ano com a temática do congado, principalmente no que diz respeito à “troca de coroas”, mas esse tema já está massante e nada acrescenta à preservação da festa. O objetivo trabalhão aqui nesta monografia, e que com certeza foi alcançado, é o de descrever os tipos e ritos e de cada um dos guardas da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, afim de fazer com que o público leigo identifique as variações e continuidades e verifiquem se a festa está sendo levada com dignidade e fidelidade aos costumes e tradições, tão importantes para a memória cultural do nosso país.




BIBIOGRAFIA:

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Belo Horizonte: Comissão Mineira de Folclore, 1999.

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MOURA, Antônio de Paiva. A cultura do povo do vale do
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Arte e história de culto Divino em Minas Gerais. Belo Horizonte, 18 jul.
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BARROS, Orlando. Festa de Nossa Senhora do Rosário do Serro. Diário da
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COUTINHO, Olympio. Festa do Rosário em Ferros é tradição de muitos
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BURTON, Richard Francis. A Congada no Morro Velho. 1867.

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MOURA, Antônio de Paiva. A cultura afro-brasileira em Minas. Belo
Horizonte, CMF, 1987.

Um comentário:

  1. infelizmente o nosso congado ou reinado(como é conhecido aqui em nossa região)esta perdendo a tradição e a originalidade mas a fé a Nossa Senhora,Sao Benedito e Santa Efigênia continuam firmes. vamos espalhar essa devoção ao Santo Rosario. joao Henrique,de Santo Antonio do Monte MG

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